Os nossos artigos

“Enganei-me no tom.”

– Mamã, quando há um bocado eu disse “Quero a surpresa já!”, num tom mais forte parecia raiva, mas não era. Eu enganei-me no tom, sabes?⁣
C., 4 anos.⁣
💥⁣

Quando ensinamos os nossos filhos a falar e a conhecer os seus sentimentos a mudança acontece! Eles conhecem e reconhecem os (seus) sentimentos! E se, por vezes, as emoções ou os sentimentos os desorientam eles são capazes de perceber isso e de procurar a melhor forma de os resolver!⁣

E isso é maravilhoso! ❤⁣

Se esta reflexão te fez sentido comenta ou identifica um amigo a quem também possa ajudar! 😊

– Mamã, estou a sentir-me um pouco triste porque o primo T. está a brincar mais tempo com o primo F. do que comigo.⁣

– Mamã, estou a sentir-me um pouco triste porque o primo T. está a brincar mais tempo com o primo F. do que comigo.⁣

C. 6 anos⁣

Pode parecer simples, mas isto de reconhecer o sentimento que nos assola num determinado momento, ser capaz de o nomear, de perceber como ele nos faz sentir e de o expressar a alguém, é bem mais difícil do que possa parecer! (Quantos de nós não o consegue, aliás!)⁣

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“Não sabes fazer nada de jeito.”

Temos que reconhecer e aceitar que um erro não nos define. Nem a nós nem aos miúdos! Cometer um erro não faz com que sejamos um erro, certo? Certo! 

Aceite isto quando falha na educação com os miúdos. Errou agora, mas logo pode melhorar!

E faça essa leitura com os miúdos também! Quando agem mal ou erradamente é importante controlarmos o nosso robot-disparador-quase-automático-de-críticas-e-rótulos:
“És sempre o mesmo.”
“Não sabes fazer nada de jeito.”
“Nunca posso confiar em ti.”

Já viu o peso que tem cada uma destas afirmações?

Eles cometeram um erro mas não são O erro. E fazê-los sentir mal com estas críticas é muito injusto e, sinceramente, não ajuda nada a resolver esta situação e muito menos a prevenir as próximas!

Quando os miúdos erram há que tentar perceber (verdadeiramente!) o que aconteceu e tentar ajudar a resolver a situação. Acolher a tristeza e frustração deles por não terem conseguido levar o copo de água para a cozinha sem o entornar é importantíssimo. E evitar aquele tipo de frase também!
Pelo contrário, inspire-lhe confiança de que a próxima vez irá correr melhor. Se necessário dê uma pequena ajuda ou sugestão:

“Olha, se calhar, da próxima vez podias tentar agarrar o copo com as duas mãos em vez de agarres só com uma, pois é mais estável assim. Tentas lembrar-te de usar este truque da próxima vez?”

Errar faz parte da vida e é fundamental para crescermos. Seja como crianças, seja como pais!
É o erro que nos gera a aprendizagem mais eficaz e duradoura. Por isso, aceitemo-lo como algo natural e sejamos o porto de abrigo dos miúdos quando cometerem os seus (naturais) erros.

Deixe os miúdos estarem de férias!

unrecognizable little boys holding hands and walking on sandy seashore

🌊🌞 Nas férias deixe os miúdos estarem de férias! 😉 Confuso?

No fim de um ano letivo tão atípico que exigiu mudanças e adaptações a tantos níveis os miúdos estão esgotados. Mesmo! Por isso, deixe-os aproveitar o Verão para se desligarem um bocado das obrigações escolares, dos horários (tão) rígidos, das horas sentadas numa cadeira, do treino da matemática, da escrita ou das ciências.

“Então vou deixá-los estar 2 meses sem qualquer estudo ou estimulação?”

Não necessariamente! Mas poderá fazê-lo de uma forma diferente do habitual!

Nos próximos dias, vou partilhar algumas sugestões de atividades diferentes e da forma como essas atividades estão a trabalhar outros conceitos importantes!

Hoje aproveito para falar de uma (simples) ida à praia.

☀ Consegue imaginar a quantidade de aprendizagens que os miúdos fazem quando vão à praia?

🏖 Nas construções de areia note-se o trabalho e a criatividade, a arte, a estimulação sensorial, e a resistência à frustração nas construções que nem sempre resultam. Deixe-os tentar e experimentar de novo e descobrirem qual o método mais certo.

💦 Deixe-os manipular os diferentes materiais e testar novas construções onde o faz-de-conta, muitas vezes, também tem lugar.

👭 Muitas vezes, na praia, há lugar para conhecer e brincar com novos amigos trabalhando, desta forma, a interação social, empatia, comunicação, partilha, assertividade e regulação de emoções.

🌊 Na água podem treinar a natação, mergulho ou outro desporto. Pode levar raquetes, bolas ou papagaios e fazerem desporto de diversas formas!

🐬 Podem ainda fazer observação do meio ambiente (marinho e terrestre), encontrar e explorar diferentes animais, habitats e plantas.

♻ Pode levar sacos de lixo e luvas, sensibilizá-los para a importância da conservação da natureza e fazerem uma limpeza da vossa praia. Pode ainda por fazer a separação desse lixo e trabalhar os conceitos da reciclagem e da separação correta dos resíduos.

👪 E, claro, aproveite para estar com eles mais de perto e de uma forma mais dedicada. Pouse o telemóvel e deixe-se entrar no mundo deles. São memórias que todos guardarão para sempre! 💕

O que ninguém te disse sobre a maternidade!

Querida mãe, os dias estão longos, não estão? Certamente quando sonhavas a gravidez e a maternidade pensavas em algo bem mais tranquilo.

Mas a realidade pode ser bem diferente… Seja porque o teu bebé precisa de muito colo e te sentes incapaz de realizar as outras tarefas ou ter tempo para ti, seja pela cicatriz que ninguém te avisou que ia doer, mas que ainda dói e te limita fisicamente! Seja pelas noites que, tão curtinhas e atribuladas, tu pensas não ser capaz de te levantar mais nenhuma vez. (Mas depois ele chora e tu és a primeira a levantar-te!) Não, e também ninguém te avisou que quando ele tosse ias ter vontade de ficar ao seu lado, tal como na primeira noite de febre, mesmo que ele não te chame, mas porque te queres certificar que está tudo bem.

E não, ninguém te avisou que amamentar dói. Quando ele fixa o olhar no nosso enquanto bebe o nosso leite esquecemo-nos disso, não é? Mas a verdade é que dói quando o leite sobre as primeiras vezes e pode doer noutras vezes também: até que o bebé saiba pegar bem na mama, quando ele beber menos e o nosso corpo produzir muito ou quando adormecer a mamar e te der uma pequena mordidela a sonhar.

Não, provavelmente, ninguém te avisou que ias precisar de muitas refeições preparadas nos primeiros dias de regresso a casa e que a montanha de roupa que um bebé suja é inversamente proporcional ao seu tamanho…

E também ninguém te disse que escolher uma escola para o bebé vai ser mais complicado do que escolheres um curso superior para ti. E que deixá-lo na creche, mesmo com uma fase de integração bem feita, vai ser como deixares um pedaço de ti…

_____

Não, ninguém nos avisa destas coisas e é na dureza do dia a dia que vamos fazendo estas pequenas aprendizagens. Não sei se seria mais fácil aceitá-las se nos tivessem dito mais cedo, mas, certamente, seria mais fácil gerir algumas situações, pedir ajuda, gerir apoios familiar/social…

Portanto, independentemente do momento em que te encontres (grávida, com filho de 2, 5 ou 10 anos) se achas que estás cansada, que os dias estão demasiado difíceis, pede ajuda!

Ninguém é mãe para ser infeliz, certo? E ninguém quer ser feliz… E, ainda, ninguém quer os filhos felizes!

Pedir ajuda não é fraquejar! É reconhecer que o fardo está demasiado pesado neste momento. E isso, asseguro-te, acontece a todas nós. Seja a nível físico, emocional, relacional… Mais cedo ou mais tarde.

Assim, já hoje, fala com alguém sobre como te sentes. Liga à tua mãe, àquela amiga especial, fala com o teu marido. Explica como sentes e como te podem ajudar.

E, se for necessário também, contacta ajuda profissional da área que necessites: um centro pré/pós-parto, uma enfermeira de amamentação, ajuda para as limpezas domésticas, um psicólogo, um centro de estudos para ajudar o mais velho nos trabalhos de casa, aconselhamento parental para ajudar a diminuir as birras do mais novo…

Hoje, já hoje, começa a cuidar de ti! Combinado?

E se esta publicação te fez sentido partilha para que possa ajudar outras mães a conseguirem dar este passo!

Está disponível para ajustar a rota?

«Criança é esse ser infeliz que os pais põem para dormir quando ainda está cheio de animação e arrancam da cama quando ainda está estremunhado de sono.»

Millôr Fernandes

Já pensou que, muitas vezes, tratamos os mais pequenos de acordo com as nossas necessidades e desejos em vez de ajustar e/ou respeitar as necessidades dos mais pequenos?

É certo que, enquanto adultos, temos dever e obrigação de saber gerir e fazer cumprir as regras e necessidades básicas dos mais pequenos. Mas também é verdade que muitas vezes o fazemos daquela forma “porque sim”, ou porque simplesmente, instantaneamente, decidimos assim, ou tínhamos planeado daquela forma e sair desse registo nos parece impensável, trabalhoso, ou até desafiador. Mas será?

Será que não podemos encaixar a ida ao parque 5 minutos antes de subir para casa? Ou não podemos ler duas histórias hoje? Será que não podemos acompanhar os bifes com arroz em vez de massa, se eles nos pedirem isso? Ou não podemos deixá-los vestir aquela camisola vermelha, ainda que não a tivéssemos selecionado de manhã? Ajustar as nossas rotas às coordenadas que eles nos vão dando parece-me ser o mais saudável para todos! Requer trabalho e dedicação, sim, mas, tudo o que vale a pena requer esforço, certo? 😉

O que me diz, está disposta a ajustar a sua rota?

Dei-lhe mais do triplo da dose do xarope!

Terceira noite de tosse da M, tinha meia dúzia de meses. Passou o dia chata com a tosse e sem conseguir descansar.

Decido enviar mensagem ao pediatra descrevendo os sintomas e questionando se devemos iniciar algum medicamento. Diz que sim, explica-me que deve ser o medicamento X.

Como tínhamos ido à consulta há relativamente pouco tempo o Doutor tinha escrito para cada uma das meninas quais as doses a fazer de cada medicamento habitual, em caso de necessidade.

Como ainda amamentava, a M acabou por adormecer no meu colo e então pedi ao meu marido para ler no papel do médico qual a dose e trazer o medicamento.

Ele trouxe a seringa com o medicamento mas achei algo estranho. Perguntei-lhe se tinha lido bem, pois confessemos que é um bocadinho despistado. Ele vai confirmar, lê e realmente era o que estava lá. Então damos o medicamento à M.

Mantenho-a no meu colo mais algum tempo mas fiquei a matutar… Não estava convencida…

Decido ir ao telemóvel consultar a aplicação onde costumo ler as bulas dos medicamentos: crianças até 2 anos- 1,25ml.

Fiquei branca. Li outra vez. Não pode ser!!

O coração começa a acelerar e eu tento acalmar-me para poder raciocinar. Ligo para a Linha Antivenenos, para a madrinha da M (enfermeira cuidados intensivos pediátricos), e, mesmo sendo quase meia noite, mando mensagem ao pediatra a pedir-lhe a opinião.

Responde em minutos embora para mim tenha parecido muito tempo.. Diz que a dose foi efetivamente excessiva mas não potenciadora de causar nenhum quadro grave ajustando apenas a dose para o dia seguinte.


Porque vos conto isto?

Porque a culpa por vezes é mesmo o nosso maior inimigo. Nesta situação toda que vos contei, o meu pensamento final enquanto abraçava fortemente a M e pedia para que nada lhe acontecesse era “mas porque raio não foste ver a aplicação Joana?”

O erro foi do pediatra que ao fazer a lista das duas meninas, trocou a dose da mais velha. Acontece! Mas então porque motivo eu relevo e desculpo imediatamente o pediatra mas me culpo por não ter consultado a app?

Porque é que eu tenho que ser perfeita mas todos os demais podem errar?…

Por vezes, no mundo da maternidade somos mesmo as nossas maiores inimigas, exigindo mais do que podemos dar, exigindo perfeição onde há, naturalmente, erro, saibamos aceitar essas falhas como parte do processo, aceitemos que precisamos de ajuda quando andamos demasiado cansadas, baixemos um pouco a fasquia e o grau de exigência connosco próprias.

Vamos a isso?

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E o casal? Fica para segundo plano?

– Mamã, papá, porque vocês estão a dar um abraço?

Clique.

Sabem aquelas frases que nos caem e fazem abanar todos? Foi o que esta simples pergunta me fez.

Quando eu e o meu marido nos abraçamos nesse dia, na cozinha, enquanto terminávamos o jantar, não havia nenhum motivo especial para o fazer. Nem nenhuma data especial. Não havia muitas razões que nos servissem para nos “explicarmos”.

Mas o que me deixou realmente a pensar foi mesmo isso: será que as nossas demonstrações de carinho são assim tão incomuns ao ponto das miúdas estranharem quando o fazemos? Hum… Fiquei a matutar.

Não douremos a pílula nem façamos da maternidade o conto cor de rosa que ela não é (não apenas isso) pois a nossa relação conjugal nunca mais será a mesma após a maternidade! E não pense que convosco será diferente. Não será! Por muito amor que haja, vão haver noites de privação de sono em que vão descarregar nele a vossa má disposição e vão haver doenças cujos nomes nunca imaginaram que vos vão tirar a alegria, e energia, daqueles dias. Vão haver colos que vos ocupam os braços desses tais abraços e vão haver histórias de adormecer que vos retira o tempo juntos no sofá a ver uma série.

E ainda que haja suporte familiar (que nem sempre existe ou está por perto) a verdade é que vão ao melhor restaurante italiano da cidade mas o vosso olhar não sai do telemóvel ansiosos por notícias e a vossa cabeça está no ser pequenino que deixaram em casa! Ou deixam o miudo num aniversario mas aproveitam esse tempo para pôr o trabalho em ordem…

No dia-a-dia nem sempre conseguimos priorizar as nossas relações. E quando essa rotina implica uns seres pequeninos exigentes, de tempo e de cuidados, é muuuito fácil que passemos tudo o resto para segundo plano.

Ainda assim, naturalmente, que o amor conjugal sai fortalecido, vinculado e atrevo-me a dizer carimbado para sempre pois há uma vida que vos une e que para sempre marcará a vossa história conjunta, independentemente do seu desfecho.

Agora lembre-se que a vossa história começou ainda antes dessa criança, aliás, foi, no fundo, o que lhe deu origem, certo?

Por isso, e como tudo o que é vivo, a vossa relação tem que ser alimentada! E isso faz-se nos momentos que partilhem, a dois ou em grupo, nas conversas das coisas banais e na definição de objetivos de vida. Nas demonstrações rápidas de carinho no dia-a-dia ou em momentos vividos apenas a dois! Na possibilidade de estarem com outros adultos sem as crianças e no momento em que todos, miúdos e graúdos, se reúnem e partilham histórias e brincadeiras.

Amem-se. E façam por ser felizes. Porque se vocês, individualmente, e também como casal, não estiverem felizes, os miúdos senti-lo-ão e, naturalmente, também não o conseguirão ser. E, afinal, não é sempre esse o nosso maior desejo: a (sua/nossa) felicidade?

E , por último: os miúdos têm que sentir, e ver, esse amor e essa felicidade! Lembre-se que eles estão sempre a observar-nos e a aprender connosco. Até na forma como expressamos os nossos sentimentos (positivos ou negativos) e os demostramos aos outros! Não há, aliás, melhor forma de aprendizagem do que com o exemplo, mas disso falaremos noutro dia.

Hoje, quero deixar apenas esta reflexão com o pequeno desafio de que, já hoje, faça algo pela sua relação conjugal!

Vamos lá ser felizes?

E quando há uma asneira, o que lhe diz?

“Gosto muito de ti. Sempre.
Por vezes, posso não gostar de algo que fazes, mas de ti gosto sempre!”

Parece sempre subentendido mas importa que reforce esta ideia de que os sentimentos pelos mais pequenos são sempre os mesmos, ainda que haja momentos em que nos zangamos, em que falamos mais alto ou em que os repreendemos.

Para nós, parece lógico e óbvio que nada mudará aquilo que sentimos pelos nossos filhos, o dito “amor incondicional”, certo? Mas é importante reforçar essa ideia junto dos mais pequenos, e ir-lhe repetindo isso. Dar-lhe a maior confiança de que pode sempre contar consigo para resolver situações e/ou emoções que ele não esteja a conseguir gerir sozinho! Você tem que ser o porto seguro dele e ele tem que saber isso! Por isso, seja clara na mensagem. Explique porque não gostou do que aconteceu, explique como a criança pode remediar ou melhorar a situação. Se você tiver falado mais alto diga-lhe mesmo isso: “olha, o que tu fizeste deixou-me muito nervosa e eu falei mais alto porque aquela fotografia é uma fotografia muito importante para mim, pois foi a avó Celeste que me deu e tem muito valor para mim. E se se partisse eu ia ficar muito triste, Por isso, pedia-te que não voltes a mexer-lhe, pode ser? Entendeste o que eu te pedi? Podes repetir, por favor?”

Faz sentido para si?

8 formas diferentes de (não) perguntar “Como foi o teu dia?”

Quando chega ao pé dos miúdos, no final do dia, e lhes pergunta como correu o dia, como é a resposta?

Sempre muito curtinha, talvez “não sei”, “não me lembro”, ou um “foi bom” para não nos deixarem preocupados. É igual consigo? Experimente mudar a forma como faz a pergunta e assim, talvez consiga obter novas respostas também.

Veja aqui algumas sugestões:

Qual foi a melhor coisa que te aconteceu hoje?

De que é que gostaste mais no almoço da escola?

Contas-me algo divertido que te tenha acontecido hoje?

Qual é o sítio que gostas mais de estar, na escola?

Alguém chorou na escola hoje? Porquê?

Aprendeste alguma brincadeira nova?

Quem te fez sorrir hoje? Porquê?

Algum amigo precisou de ajuda hoje?

Vamos tentar uma destas questões já hoje?