Querida mãe, os dias estão longos, não estão? Certamente quando sonhavas a gravidez e a maternidade pensavas em algo bem mais tranquilo.
Mas a realidade pode ser bem diferente… Seja porque o teu bebé precisa de muito colo e te sentes incapaz de realizar as outras tarefas ou ter tempo para ti, seja pela cicatriz que ninguém te avisou que ia doer, mas que ainda dói e te limita fisicamente! Seja pelas noites que, tão curtinhas e atribuladas, tu pensas não ser capaz de te levantar mais nenhuma vez. (Mas depois ele chora e tu és a primeira a levantar-te!) Não, e também ninguém te avisou que quando ele tosse ias ter vontade de ficar ao seu lado, tal como na primeira noite de febre, mesmo que ele não te chame, mas porque te queres certificar que está tudo bem.
E não, ninguém te avisou que amamentar dói. Quando ele fixa o olhar no nosso enquanto bebe o nosso leite esquecemo-nos disso, não é? Mas a verdade é que dói quando o leite sobre as primeiras vezes e pode doer noutras vezes também: até que o bebé saiba pegar bem na mama, quando ele beber menos e o nosso corpo produzir muito ou quando adormecer a mamar e te der uma pequena mordidela a sonhar.
Não, provavelmente, ninguém te avisou que ias precisar de muitas refeições preparadas nos primeiros dias de regresso a casa e que a montanha de roupa que um bebé suja é inversamente proporcional ao seu tamanho…
E também ninguém te disse que escolher uma escola para o bebé vai ser mais complicado do que escolheres um curso superior para ti. E que deixá-lo na creche, mesmo com uma fase de integração bem feita, vai ser como deixares um pedaço de ti…
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Não, ninguém nos avisa destas coisas e é na dureza do dia a dia que vamos fazendo estas pequenas aprendizagens. Não sei se seria mais fácil aceitá-las se nos tivessem dito mais cedo, mas, certamente, seria mais fácil gerir algumas situações, pedir ajuda, gerir apoios familiar/social…
Portanto, independentemente do momento em que te encontres (grávida, com filho de 2, 5 ou 10 anos) se achas que estás cansada, que os dias estão demasiado difíceis, pede ajuda!
Ninguém é mãe para ser infeliz, certo? E ninguém quer ser feliz… E, ainda, ninguém quer os filhos felizes!
Pedir ajuda não é fraquejar! É reconhecer que o fardo está demasiado pesado neste momento. E isso, asseguro-te, acontece a todas nós. Seja a nível físico, emocional, relacional… Mais cedo ou mais tarde.
Assim, já hoje, fala com alguém sobre como te sentes. Liga à tua mãe, àquela amiga especial, fala com o teu marido. Explica como sentes e como te podem ajudar.
E, se for necessário também, contacta ajuda profissional da área que necessites: um centro pré/pós-parto, uma enfermeira de amamentação, ajuda para as limpezas domésticas, um psicólogo, um centro de estudos para ajudar o mais velho nos trabalhos de casa, aconselhamento parental para ajudar a diminuir as birras do mais novo…
Hoje, já hoje, começa a cuidar de ti! Combinado?
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